
Eu que falei e nem pensava...
Pensava que não podia realizar o sonho de tocar um refrão...
Pensava que o bolero jamais sairia do pensamento, do desejo...
Pensava ser apenas um sonho...
Sabe nos momentos de ditadura, onde até o bolero é proibido, onde até amar é proibidamente proibido...
Pois é... Me encontrava acorrentado no medo, na solidão e na tristeza...
Precisava te tocar...
Mas bastou algumas notas, algumas cordas, alguns toques...
A música foi sendo escrita... Cada nota um avanço, cada tom um carinho, cada corda um desejo, cada instante o tempo parava...
Jamais imaginaria como minha razão poderia sumir em meio a música de um BOLERO...
Passou da conta... A música se transformava em melodia, a canção ficou maior que o pensamento...
A letra realizou a realidade...
Amanheceu e eu ainda estava compondo... Passei dias compondo, sem mesmo deixar a simples caneta riscar o papel...
No final... Não houve fim...
A música não terminou... Ainda tem muito a se tocar...
E eu que pensei que era apenas um refrão de bolero...